Um segredo “escondido” para se calcular adequadamente o CMPC (WACC)

Você sabe por que é importante calcular o CMPC (WACC) e qual seria este “segredo”?

Em primeiro lugar devemos dar atenção a este cálculo porque ele demonstra o custo médio das fontes de recursos aplicados na empresa e, sendo ele apurado corretamente, podemos gerenciar melhor este “custo”, pois quanto menor ele for, melhor será para a empresa. É, portanto, um item a ser gerenciado constantemente na busca da otimização e consequente melhoria de resultados da empresa.

O WACC também é utilizado em diversos outros estudos, como por exemplo, para a realização de um Valuation (Avaliação de Empresa). E calculá-lo de forma correta é premissa fundamental para que o trabalho de Valuation reflita a realidade do negócio, ou pelo menos, esteja mais bem embasado.

Mas acredite, há um erro clássico e pouco tratado em bibliografias brasileiras, o que favorece que seu cálculo não siga sempre todas as características importantes na sua apuração.

Vou aqui te contar qual é esse erro “clássico”

Muitos analistas consideram apenas os financiamentos de longo prazo para calcularem o Custo de Capital de Terceiros, conhecido com Kd, que é posteriormente utilizado em conjunto com o Ke (Custo de Capital Próprio) para a ponderação e cálculo do Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC) ou simplesmente como é conhecido de sua abreviação em inglês, o WACC.

Eles (analistas) deixam de lado os custos de financiamentos de curto prazo, por entenderem que tais custos não devem ser incluídos no cálculo do custo de capital de terceiros (Kd), simples assim!

A princípio, como trata Brealey Myers em sua obra “Principles of Corporate Finance”, este é um erro cometido por muitos. Os fornecedores de capital de curto prazo tem o mesmo direito que os de longo prazo, e não haveria de ser assumido este padrão de exclusão destes custos de dívida de curto prazo de imediato sem antes se realizar outras análises, ou seja, nem sempre há motivos para desconsiderá-los.

É certo, no entanto, que esta eliminação da dívida de curto prazo pode não ser um erro tão grave em algumas situações, principalmente se tais financiamentos de curto prazo puderem ser considerados temporários ou sazonais.

Mas para excluí-lo é preciso saber se justificar o motivo, não simplesmente achar que não deve ser considerado!

Pode parecer algo simplista demais, porém numa avaliação de uma empresa que fatura muitos milhões, tal diferença pode impactar significativamente a avaliação, principalmente em termos absolutos, nos mostrando inclusive outra percepção e permitindo a correta gestão.

E convenhamos, não há motivos para deixar de se atentar para este detalhe a não ser que, de fato, não tenhamos conhecimento técnico sobre o assunto.

Sobre Luis Fernando Freitas

Sócio da Ribas Secco com foco na Avaliação de Empresas
 
Tem mais de 23 anos de experiência empreendedora na criação e desenvolvimento de negócios e atua também na prática de treinamentos corporativos técnicos e comportamentais para empresários e empresas de diversos setores da economia brasileira.

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